quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ROCK IN ROLL

Santana pirou com Hendrix e já tomou fora de Zappa; 
leia histórias de bio
O guitarrista mexicano Carlos Santana, que acaba de lançar autobiografia no Brasil

Quando mudou-se com a família do México para São Francisco, em 1964, Carlos Santana se deparou com o que chama de "epicentro da coincidência multidimensional". Sua vida e música nunca mais foram as mesmas na Califórnia. As incríveis descobertas do guitarrista, considerado um dos mais originais da história, estão descritas na nova autobiografia "O Tom Universal" (editora Best Seller), lançada em parceria com Ashley Kahn e Hal Miller, que acaba de chegar no Brasil.

Entre os "causos", experiências com drogas e shows --muitos shows--, Santana conta nas entrelinhas como conseguiu moldar um som diferenciado em plena era do flower power. As influências latinas, principalmente na parte percussiva, foram fundamentais, assim como as lições de célebres "professores" das seis cordas.

Em tempos em que gênios da guitarra conviviam sobre a Terra, o bom aluno tomou as melhores notas de gente como B.B. King, Jimi Hendrix, Eric Clapton e Wes Montgomery. O resultado pode ser conferido na histórica apresentação de Woodstock e em álbuns como "Santana" e "Abraxas": uma mistura democrática de rock, blues, jazz e do que viria a ser chamado de "world music".

Veja abaixo trechos do livro que sintetizam o que Santana aprendeu com guitarristas lendários, incluindo a epifania com a música de Jimi Hendrix e até um fora vindo de Frank Zappa.
B.B. King, o presidente do conselho

Fiquei muito empolgado com a possibilidade de vê-lo pela primeira vez em fevereiro de 1967. Finalmente o professor com que eu tinha começado e aquém eu continuava consultando estava vindo para o The Fillmore! (...) Então B. entrou no palco, e Bill Graham foi até o microfone apresentá-lo: "Senhoras e senhores, o presidente do conselho –o St. B.B. King". Foi como se tudo tivesse sido planejado para chegar àquele estágio. Tudo simplesmente parou, e todos se levantaram e aplaudiram. Por muito tempo B. ainda não tinha tocado uma única nota sequer, e já estava recebendo uma ovação de pé.  Em seguida começou a chorar (...) Ele ergueu a mão para enxugar os olhos, e reparei que ele estava usando um grande anel, com as próprias iniciais escritas em pedras de diamantes (...) Eu disse a mim mesmo: "Cara, é isso o que eu quero. É isso o que é ser adorado quando se faz as coisas de maneira bem-feita".

Frank Zappa, que já ironizou Santana

Frank Zappa, encontro frustrado

No fim de 1976, tocamos em um programa duplo em Colônia, na Alemanha, ao lado de Frank Zappa (...) Até então, eu não estava achando que aquela seria outra situação como as que tivemos com Rahsaan Roland Kirk e Wilson Pickett, mas quando fui até o camarim de Frank para agradecer pela música, eu poderia dizer que ele não me deixaria entrar em sua consciência. Não lembro o que ele disse, mas fiquei com a sensação de que não deveria estar lá. 


Rapidamente, ofereci o meu respeito e a minha gratidão por sua música e saí (...) Eu não sabia o que desagradava Frank, mas  isso ficou claro alguns anos depois, quando ele fez "Variations on the Carlos Santana Secret Chord Progression" (Variações sobre a Enigmática Progressão de Acordes de Carlos Santana), e bastou ouvi-la uma vez para saber que não se tratava de um plagio, mas sim uma cópia perfeita de sua música com os efeitos de minha Guitarra, lembro-me que ficou mais perfeita com os meus acordes...

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