Pelos femininos:
mulheres que não se depilam causam polêmica
Padrões de beleza vêm e vão, mas a depilação dos pelos femininos
ainda é uma questão em debate sobre o que a sociedade impõe como belo.
Entretanto, a ordem de depilar em nome da higiene e da estética está
literalmente por um fio, já que cada vez mais mulheres se sentem à vontade com
os pelos à mostra.
Apesar do preconceito e críticas, existem movimentos,
principalmente nas redes sociais, que apoiam o crescimento natural dos
cabelos nas axilas, pernas, região íntima e também no rosto. Entenda a questão
de empoderamento por trás da decisão.
Movimento que se populariza
Ainda que as reações ao movimento
demonstrem nojo e estranhamento, a motivação vem primeiramente da militância
feminista, que segue um processo de reflexão e autoconhecimento
sobre o corpo da mulher. Algumas famosas também aderiram ao visual
natural recentemente, o que popularizou o debate.
A cantora Madonna postou uma foto em
suas redes sociais onde aparece com o axila não depilada, seguida da
frase “Cabelo longo…Eu não me importo! Arte pela liberdade”. Em maio deste ano,
a cantora Miley Cyrus não só exibiu os pelos do braço em seu Instagram, como
também os tingiu de rosa.
No Brasil, a ex-BBB Bella Maia fez um
ensaio em que seus pelos estavam à mostra. Além dela, atrizes como Claúdia
Ohana, Nanda Costa, Adriane Galisteu e Vera Fisher também causaram polêmica,
especialmente entre os homens, ao posarem para a revista Playboy sem
depilações.
Pelos femininos: mantê-los ou não?
Para aqueles que defendem a
eliminação total dos pelos femininos, a higiene costuma ser a primeira
justificativa. Entretanto, a questão é particular e depende dos hábitos de cada
um. De certa maneira, os cabelos aumentam a umidade de qualquer região,
o que propicia o mau cheiro.
Entretanto, os pelos, principalmente
os da região íntima, servem como um muro contra o ataque de micro-organismos.
Ao se depilar por completo, a mulher pode estar exposta a infecções
vaginais. O aconselhado, nesse caso, é equilibrar a quantidade ao aparar os
pelos com uma tesoura devidamente higienizada, por exemplo.
Apesar do movimento feminista estar
em crescimento, as brasileiras são famosas fora do País pelo seu modelo de depilação
total dos pelos femininos, principalmente da região íntima. Ainda nos anos
1980, a técnica foi classificada como “Brazilian bikini wax”, depois de ser
adotada por mulheres nos Estados Unidos.
Em um estudo realizado mais de 30
anos depois na Universidade de Indiana, em parceria com o Instituto Kinsey para
Estudos sobre Sexo, Gênero e Reprodução, foi apontado que que 87% das jovens
entre 18 e 24 anos removiam total ou parcialmente os pelos pubianos. A pesquisa
ouviu a opinião de quase 2,5 mil americanas em 2012.
Além disso, os depoimentos
demonstraram que as mulheres adeptas da depilação íntima
se consideravam muito mais confiantes e seguras em relação ao seu corpo.
Nesses casos, as entrevistadas também apresentaram maior índice de satisfação
na vida sexual. As jovens ouvidas no levantamento ainda afirmaram examinar com
mais facilidade seus órgãos genitais, com o objetivo de notar alguma alteração.
Por outro lado, o estudo também
apontou que 51% das mulheres com mais de 50 anos de idade revelaram não
sentir necessidade de aparar os pelos no último mês.
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