Dólar sobe mais de 3% e atinge o
maior nível em 12 anos
Por volta das 12h29, a moeda era
cotada a R$ 3,2630 na venda, após subir em oito das últimas nove sessões
Moeda norte-americana segue se valorizando após atingir
maior nível desde 2004 na
quinta-feira
O dólar subia mais de 3%,
superava R$ 3,26 e renovava as máximas em quase doze anos, após a agência de
notícias Bloomberg publicar que o governo não tentará segurar a escalada da
moeda americana, citando uma fonte. Às 12h59, o dólar subia 3,21%, a R$
3,2630 na venda, após subir em oito das últimas nove sessões e acumular alta de
cerca de 10% desde o início do mês. Na máxima do dia, atingiu R$ 3,2815, maior
cotação intradia desde abril de 2003.
A pressão cambial tem sido originada por investidores
buscando proteção em meio à turbulência política que vem dificultando a
aprovação de medidas para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.
O dólar também avançava nos mercados
externos, antecipando-se a uma possível sinalização do Federal Reserve na
semana que vem de que a alta dos juros dos EUA está próxima.
"O nosso horizonte está muito
ruim e, para piorar, tem as manifestações no fim de semana", disse o
estrategista da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno, referindo-se aos
protestos em favor do impeachment de Dilma. "O investidor estrangeiro diz:
'vou sair por enquanto e volto quando tudo se resolver' e isso estressa o
mercado".
A principal preocupação é que, à
medida que a popularidade da presidente Dilma Roussseff cai e cresce a rebeldia
na base governista no Congresso, torna-se cada vez mais custoso para o governo
implementar as dolorosas medidas de ajuste e resgatar a credibilidade da
política fiscal brasileira.
Essa perspectiva tem sido corroborada
também pelos desdobramentos do escândalo bilionário de corrupção na Petrobras,
que vem assustando investidores estrangeiros.
Os ruídos em torno do futuro do
programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio completavam o
quadro de apreensão doméstica. O BC vem vendendo swaps cambiais diariamente
desde agosto de 2013 para oferecer proteção cambial e limitar a volatilidade,
em um programa marcado para durar pelo menos até o fim deste mês.
As incertezas ganharam ainda mais
força no início da tarde após a Bloomberg noticiar que o governo não vai tentar
segurar a alta do dólar, apesar de considerar parte desse movimento como
especulação, citando uma fonte. Segundo a fonte, o BC não vai "queimar
reservas" para conter o avanço da moeda americana.
"O mercado está sensível e corre
para comprar dólares quando ouve uma notícia dessas", disse o
economista-chefe do BESI, Jankiel Santos.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta
total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, equivalentes a uma posição
vendida de US$ 97,5 milhões. Foram vendidos 1.050 contratos para 1º de
dezembro de 2015 e 950 para 1º de março de 2016.
A autoridade monetária também vendeu
a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até
agora, foram rolados cerca de 36 por cento do lote total, que corresponde a US$
9,964 bilhões.
FED
As incertezas domésticas têm garantido que o real venha se enfraquecendo mais
do que seus pares emergentes em meio à onda global de compra de dólares com as
expectativas de que o aguardado aperto monetário nos Estados Unidos deve ter
início em breve.
"Os mercados de trabalho
(americanos) continuaram a melhorar e a inflação se estabilizou, cumprindo os
critérios econômicos estabelecidos pelo FED" para a alta de juros,
escreveram analistas do Scotiabank em relatório.
Desde o início do ano, o dólar subiu cerca
de 5% contra os pesos mexicano e chileno, 8% ante o rand sul-africano e 13%
contra a lira turca mas avançou em torno de 20% em relação ao real.
Economia e manifestações
Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
informou que as vendas do comércio varejista
cresceram 0,8% em janeiro, após queda de 2,6% em dezembro do ano
passado. A alta no primeiro mês do ano foi o melhor resultado para janeiro
desde 2012.
Em relação à inflação, a Fundação
Getulio Vargas (FGV) divulgou que a alta dos preços para a baixa
renda atingiu 8,06% no acumulado de 12 meses em fevereiro. Esse
patamar é superior ao registrado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do País, no mesmo período, de 7,7%.
Nesta sexta-feira, manifestações em
apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff acontecem em diversas cidades do
País. O movimento antecipa os protestos contra o governo marcados para domingo,
que também devem ocorrer vários municípios.
Com informações da Reuters



.jpg)

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Lima Informática Manutenção de Computadores
Atendimento agendado
glaucoluizlima.wix.com/glauco